Tétano em Equinos: 8 em cada 10 animais podem ir a óbito

Com uma taxa de mortalidade que pode atingir 80% dos animais acometidos, a prevenção ainda é a maior aliada no combate à enfermidade.

Tétano é uma doença causada pela neurotoxina tetanoespasmina, produzida pela bactéria Clostridium tetani em sua forma esporulada. A bactéria é encontrada facilmente no ambiente e se instala em ferimentos perfurocortantes, que tenham condições anaeróbicas adequadas para a sua multiplicação e consequente produção da toxina.

Suas características estão mais relacionadas como uma doença de riscos ambientais do que infecciosa transmissível, não ocorrendo epidemias ou transmissão de um indivíduo ao outro. Ainda assim é uma importante causa de morbimortalidade na equinocultura, principalmente nos países em desenvolvimento e locais onde a vacinação dos animais não é um hábito.

“O tétano pode atingir quase todas as espécies de animais, incluindo o homem, mas os equinos são os mais sensíveis à enfermidade, com a taxa de mortalidade chegando à 80% dos animais acometidos”, explica a médica veterinária gerente da linha de equinos da Ceva Saúde Animal, Baity Leal. “Isso quer dizer que em 80% dos casos, o tratamento não é capaz de reverter o quadro, principalmente pela demora no diagnóstico”.

Qualquer animal que possa ter alguma ferida aberta susceptível ao tétano. O período de incubação bacteriana pode variar de 3 dias a 3 semanas, dependendo da quantidade de neurotoxina produzida, sua toxigenicidade e a quantidade de toxina circulante. Os sinais e sintomas da doença iniciam, em geral, entre 7 e 15 dias após a contaminação.

“A doença já desenvolvida tem características tão específicas que dificilmente é confundida com outra enfermidade. Equinos com tétano costumam apresentar movimentos rígidos dos membros ao caminhar, dificuldade em respirar, com visível dilatação das narinas, dificuldade para apreender os alimentos, mastigas e engolir. A musculatura do pescoço também fica rígida e é comum o prolapso da terceira pálpebra”, conta Baity. “Outro sintoma clássico é a hiperestesia, ou seja, extrema sensibilidade aos estímulos ambientais como luz e sons. As orelhas do animal tendem a permanecer eretas e imóveis, e a sua cauda distendida e elevada, como uma bandeira. Com a evolução do quadro o animal adota uma postura de cavalete, seguido pelo decúbito, e quase sempre vai à óbito”, continua.

O tratamento para a doença se baseia na aplicação do soro antitetânico, uso de relaxantes musculares, antibióticos, fluidoterapia para manter hidratação e nutrição. “Os principais objetivos do tratamento são reduzir a carga bacteriana e neutralizar sua toxina antes que ela cause paralisia dos sistemas vitais do animal. O que nem sempre é fácil de ser feito”, elucida Baity. O cuidado ambiental no tratamento com a redução de luminosidade na baia em que o animal permanecerá, tamponamento dos condutos auditivos do animal com algodão, redução máxima de ruídos, cama alta e profunda para evitar úlceras de decúbito também devem ser considerados. “É um tratamento que demanda recursos e mão de obra”, esclarece.

“A prevenção é a melhor amiga do animal e do criador quando falamos de tétano. Uma única dose anual após uma promovacinação correta com 2 doses, ajuda o organismo do animal a se proteger contra as toxinas tetânicas e suas consequências. A Ceva tem o orgulho de ter em seu portfólio a Tri-Equi, vacina tríplice recomendada para equinos sadios na prevenção do tétano, da encefalomielite viral equina e da influenza equina I e II. A gente te ajuda a proteger o seu equino”, finaliza.

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